Ou em Joppe. Os dois nomes dizem respeito à mesma linda cidade
que ocupa uma colina, não
muito elevada (quarenta metros), nem
muito extensa, na costa de Israel sobre
o Mar Mediterrâneo,
com cerca de sessenta mil habitantes. É
uma cidade muito antiga, várias
vezes mencionada na Bíblia.
E, na verdade, hoje em dia, faz parte de Tel Aviv Yafo, que é a cidade global propriamente dita.
A tradição
judaica atribui a sua fundação
a Jaffet, o mais novo dos três
filhos de Noé.
Segundo o Génesis,
Jaffet será o
pai de todos os europeus, para além
dos persas e indianos, pois a Europa foi povoada pelos seus descendentes,
depois de ter ficado sem ninguém
devido ao dilúvio
universal.
A Bíblia diz que
foi por ali que passaram os muitos troncos convertidos na madeira usada na
construção do
templo de Salomão,
em Jerusalém.
Os arqueólogos
encontraram provas de que o porto de Jaffa já
existia por volta de 7.500 a.c.. E dizem que é um dos portos mais antigos do mundo.
E não admira,
pois aquela colina sobre o Mar Mediterrâneo
tem caraterísticas
únicas,
nomeadamente em termos defensivos. Ler a história
da cidade é,
de certo modo, reviver a história
de toda a humanidade na bacia mediterrânica.
Foi dali que Jonas saiu de barco para Társis para fugir à missão que Deus lhe tinha
atribuído de
ir advertir a cidade de Nínive
para mudar os seus perversos costumes. Durante a viagem, Jonas, atirado ao mar,
foi engolido por um grande peixe que, depois, o depositou são e salvo numa
praia próxima
do ponto de partida. Ele compreendeu a sua sorte e foi a Nínive cumprir a sua
missão.
Segundo os Atos dos Apóstolos,
foi ali que Pedro esteve hospedado na casa de Simão,
o curtidor. E foi lá que
teve a visão
do lençol com
animais diversos, fazendo ele a distinção
entre puros e impuros. Um ente celeste admoestou-o de que todos os animais são criaturas divinas
não havendo
que fazer distinções.
Ele interpretou a mensagem no sentido de que todos os homens são elegíveis para receber a
boa nova e não
apenas os judeus. Note-se que, nos primórdios,
os seguidores de Cristo eram considerados judeus. Uma espécie de judeus
progressistas que ainda pregavam nas sinagogas, para judeus.
E foi no seguimento dessa visão
que Pedro decidiu responder ao convite de Cornélio,
centurião
romano em Cesareia, cidade localizada a uns 60 kms a norte, que visitámos no início da nossa
peregrinação,
para ir explicar-lhe a mensagem de Cristo.
Como Jaffa era o porto que servia Jerusalém, cidade a 55 quilómetros a este, não é difícil imaginarmos que
também outros
apóstolos terão passado por esta
cidade. Provavelmente até
Maria, mãe
de Cristo, terá passado
por ali quando emigrou para Éfeso.
Era esta cidade histórica
que iríamos
visitar durante as derradeiras horas da nossa peregrinação à
Terra Santa.
O autocarro deixou-nos bem perto do local da sinagoga. Depois
subimos umas escadas em pedra para a Praça
Kedumim.
Antes de entrarmos na praça
propriamente dita, os nossos guias conduziram-nos para uma incursão no Bairro dos
Artistas.
Museu Ilana Goor - Não chegámos a ir ver este museu. Mas vale a pena referir que se deve a Ilana Goor, uma artista autodidata, persistente, organizada, combativa, que começou por comprar um pequeno estúdio para se instalar e trabalhar. Depois adquiriu todo o prédio e expôs aí a sua vasta coleção de arte. Hoje é uma artista de renome internacional, conhecida sobretudo em Israel e nos Estados Unidos.
A rua estreita no meio de prédios
muito antigos, alguns dos quais preservando as portas e janelas no seu estilo
original, termina numa pequena praça
onde há lojas
com exposição
de pinturas e outros trabalhos de arte.
É um
monumento de 1993, da autoria de Ran Morin, chamando-se " A laranjeira
suspensa" . É um
trabalho em aço,
pedra artificial e uma laranjeira.
A moderna cidade de Tel Aviv, que envolveu Jaffa, ocupou a maior
arte da área
desses pomares.
Depois de regressarmos da visita ao bairro dos artistas, subimos
para o Parque Gan Ha-Pisga, uma elevação
não muito
acentuada onde há espaços verdes, áreas de lazer e
alguns monumentos interessantes. O principal é,
sem dúvida, a
Estátua da Fé, um monumento em mármore em que duas
robustas colunas, blocos de mármore
branco, suportam um terceiro bloco que lhes serve de travessão. As colunas
ou lintéis representam, uma o sonho de Jacó,
a outra o sacrifício
de Isaac. O bloco travessão
representa a tomada de Jericó.
Estes factos bíblicos
estão
gravados em baixos-relevos em cada um dos blocos.
As vistas a partir do Parque Gan Ha-Pisga (o jardim do cume do monte), sobre Tel Aviv, são soberbas. Vê-se Jaffa antiga, uma grande extensão da praia e uma boa parte da cidade nova de Tel Aviv.
O parque, ou uma parte dele, também tem o nome de Parque de Abrasha.
Depois de gozarmos, por uns breves momentos, o ambiente do
Parque, fomos até
perto da igreja do Mosteiro de São
Pedro, onde o guia nos referenciou um ponto de reencontro, dando-nos, a seguir,
uma meia hora para passearmos livremente.
Aproveitámos
o tempo desde o primeiro minuto para descermos até
junto do mar e contornarmos aquela antiga parte da cidade, seguindo pela
estrada marginal e reentrando depois por uma das ruas antigas que ligavam o
centro da cidade até ao
porto.
Um dos primeiros pontos que nos chamou a atenção foram estes canhões otomanos.
E também uma antiga
fonte (sabil) em pedra do século
XIX.
Estava com curiosidade de ver os vestígios do porto antigo mas não tive grande sorte
porque não os
encontrei especialmente referenciados.
Mas pude ver os restos das antigas muralhas, que foi possível identificar a
partir de uma explicação
que se encontra perto delas.
Há
restos de duas muralhas. A mais antiga, do período
das cruzadas, dá testemunho
da fortificação
de Jaffa em 1252-1253 pelos cavaleiros de Luís
XIX, rei de França.
A mais recente deve-se ao governador de Jaffa, Muhammad Agha (Abu Nabbut) que,
em 1816, reparou e reforçou
as muralhas construídas
aquando da renovação
e repovoamento de Jaffa nos fins do Século
XVII. Esta é a
muralha Otomana apenas marcada no chão uma vez que foi removida quando esta rua foi alargada no começo do Século XX, para
facilitar o tráfego
entre o porto e a estação
do caminho de ferro.
É esta a informação dada pela placa.
É esta a informação dada pela placa.
O passeio foi breve mas deu para admirar a longa extensão do casario antigo, em pedra, que acompanha esta parte da estrada marginal, na continuação do extenso passeio, o calçadão, ao longo de toda a praia de Tel Aviv.
Esperava encontrar então a casa de Simão, o curtidor. Pelas indicações que tinha deveria ficar algures por ali, naquela rua. Porém, a pressão de chegar em tempo ao ponto de encontro, o elevado número de turistas que, àquela hora, andavam por ali e também a minha preocupação de filmar tudo, impediram que a tivesse referenciado em especial. Gostava de ter passado ali uns instantes a lembrar o episódio da toalha com os animais puros e impuros relatado nos Atos dos Apóstolos.
O ambiente estava enriquecido por um pormenor que ainda não referi. Havia vários casais de noivos na sua tarefa de posarem para fotógrafos profissionais.
Desejo-lhes aqui muitas felicidades, mesmo sem os conhecer. As noivas estavam bonitas.
Depois seguiu-se o jantar num restaurante que ficava ali mesmo
ao lado, o Abrage, com uma decoração exterior interessante, com muitas plantas e flores em vasos dependurados nas paredes e na escadaria de acesso, em pedra.
Fomos acomodados em duas pequenas salas. Alguns companheiros, porque se sentiam ali muito apertados, preferiram deslocar-se para umas mesas vazias que se encontravam na varanda. Mas logo os vi procurar os agasalhos, sinal de que se sentiram desconfortados com temperatura que ali se fazia sentir. A comida, ao gosto mediterrânico com pratinhos diversos, pareceu-me saborosa e bem servida.
Fomos acomodados em duas pequenas salas. Alguns companheiros, porque se sentiam ali muito apertados, preferiram deslocar-se para umas mesas vazias que se encontravam na varanda. Mas logo os vi procurar os agasalhos, sinal de que se sentiram desconfortados com temperatura que ali se fazia sentir. A comida, ao gosto mediterrânico com pratinhos diversos, pareceu-me saborosa e bem servida.
Era a nossa última
refeição em
grupo nesta peregrinação
à Terra Santa.
O dia tinha começado
bem cedo lá no
Mar Morto. Passámos
pela torreira do sol a visitar as ruínas
de Qumran, onde almoçámos.
Atravessámos
parte da Cisjordânia
palestina, observando as seus montes de encostas áridas.
Passámos perto
de Jerusalém.
Passeámos de
autocarro pela parte nova de Tel Aviv. Andámos
a pé, mais de
uma hora, em Jaffa.
O cansaço era notório. Foi isso que nos impediu de vivermos aquele jantar como o último em grupo e de fazermos um brinde de despedida.
O cansaço era notório. Foi isso que nos impediu de vivermos aquele jantar como o último em grupo e de fazermos um brinde de despedida.
Terminado o jantar, seguimos para o autocarro para nos dirigirmos para o
aeroporto para iniciarmos a nossa viagem de regresso.
Nota: Há um muito interessante resumo da história de Jaffa num apontamento de 22 de fevereiro de 2015, no blogue de história, da autoria de Alexei Leite Maia, que merece bem a nossa visita.
http://historiasemonumentos.blogspot.pt/2015/02/israel-jaffa-cidade-antiga-de-jaffa-old.html
Nota: Há um muito interessante resumo da história de Jaffa num apontamento de 22 de fevereiro de 2015, no blogue de história, da autoria de Alexei Leite Maia, que merece bem a nossa visita.
http://historiasemonumentos.blogspot.pt/2015/02/israel-jaffa-cidade-antiga-de-jaffa-old.html
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