Era o nosso primeiro dia em Jerusalém.
Que alegria quando me disseram vamos para a casa do Senhor. Os
nossos passos se detêm
às tuas portas
Jerusalém.
Há uma canção que tem uma letra assim.
Há uma canção que tem uma letra assim.
Acordámos
no Hotel Olive Tree que fica às
portas da cidade. Este Hotel fica muito bem situado no que respeita às facilidades de
acesso e à distância do centro da
cidade e dos lugares santos em geral. É
um hotel de quatro estrelas e os quartos e serviços são
em geral muito bons. Tem a particularidade, para nós muito útil,
de ter Wi-fi livre no lobby e restaurante. Hoje esta facilidade é importante por nos
permitir comunicar facilmente e sem custos com os nossos familiares e amigos e,
ainda, mantermo-nos atualizados em relação
às notícias do nosso país e do mundo.
Vimos na informação
relativa ao hotel que este foi construído
no local onde se encontrava uma oliveira milenária,
à sombra da
qual muitos peregrinos costumavam repousar. Mais se diz que o próprio rei David
tocou harpa à sombra
dessa oliveira, permanecendo ainda hoje os sons audíveis no lobby e noutras partes do
hotel.
Seja como for a nossa estadia lá
foi agradável,
permitindo-nos um ambiente adequado para o nosso repouso diário do cansativo
trabalho de turista.
O dia 27 de abril de 2014 começou,
para nós,
relativamente cedo. O programa iria ser
intenso.
Começou
pelo Monte das Oliveiras onde se desenrolaram passos muito importantes da paixão de Cristo.
Curiosamente o primeiro lugar santo que visitámos na base do
Monte das Oliveiras não
está relacionado
com a paixão
de Cristo, mas sim com a morte da Virgem Maria. Entre a muralha a nascente da
cidade e o Monte das Oliveiras há
um vale que se estende ao longo de toda a muralha, continuando ainda,
bastante fundo, depois de a muralha mudar a sua direção para poente. Na parte mais a norte
desse vale passa-se por uma espécie
de ponte, vendo-se uma estrutura montada em anfiteatro, tendo o nosso guia
Sebastião
informado que, naquele anfiteatro, atuara, ainda não havia muito tempo, Roberto Carlos.
Este anfiteatro fica do lado esquerdo da estrada de quem vai da cidade. E,
mesmo ao lado, desce-se por uma escadaria para um pátio empedrado, com aspeto antigo, onde
damos de frente com a fachada principal de uma igreja e vemos, no lado direito,
a entrada para aquilo que parece ser um corredor escuro ou uma gruta onde está gravada a palavra
GETHSEMANI.
O nosso objetivo era irmos primeiro à igreja a que chamam do Túmulo de Maria. Pareceu-me estranha esta referência porque sempre
ouvi dizer que a Virgem Maria, como muitos dos primeiros cristãos, preferiram, a
partir de certo momento, o exílio
para se protegerem das perseguições.
Maria terá passado
os últimos
anos da sua vida acarinhada por João
Evangelista numa casa em Éfeso,
quase numa encosta sobranceira à
antiga cidade, e aí
terá morrido e terá sido sepultada por volta do ano quarenta e oito da
nossa era. Já posteriormente
a tradição
gerou a crença
de que o corpo de Maria não passou pela
corrupção e
que foi logo ressuscitada e levada para o céu
em corpo e alma. Isto em 15 de Agosto do mencionado ano de quarenta e oito.
Mais tarde, esta questão,
mereceu definição
dogmática do
poder papal, e hoje os católicos
devem aceitar a Assunção
de Nossa Senhora como dogma de fé.
Se a Assunção
se passou em Éfeso,
qual a razão
deste túmulo
em Jerusalém? E mais. Para além
deste túmulo há também junto ao local do
cenáculo uma
igreja com uma imagem jacente da Virgem Maria a que chamam a Igreja da Dormição. Dela darei nota
mais à frente,
em apontamento próprio.
Entrámos
na igreja e descemos uma grande escadaria que parecia querer chegar às entranhas da
terra.
Lá no
fundo há um
espaço com uma
zona reservada no meio à
volta da qual circulámos
e vemos um túmulo
vazio.
Há um
altar ao lado. Há muitos
quadros nas paredes e muitos turíbulos
dependurados, incluindo pela escadaria abaixo.
Em resumo o local tem um aspeto
de uma ampla gruta muito já
no interior da terra com uma decoração
de aspeto muito antigo à
maneira ortodoxa e bizantina. Gostei de ver o local que é venerado por muita
gente, nas não
senti qualquer indução
interior que me levasse a acreditar que alguma vez ali tenha estado Maria, mãe de Cristo. Li
numa nota dum site da net o relato de uma espécie
de vidente do fim do século
XIX, que diz que este túmulo
foi preparado para Maria, cerca de dois anos antes de ela morrer em Éfeso. Isto porque
foi de visita a Jerusalém
para rever amigos e discípulos
de Cristo. Lá esteve
às portas da
morte. Essa situação
levou os discípulos
a prepararem este túmulo
para a sepultarem com toda a dignidade. Mas depois ela recuperou e voltou a Éfeso. A viagem era
feita de barco a partir de Jafna, localidade próxima
de Jerusalém,
e demorava cerca de três
horas.
Subimos a escadaria de volta e aproveitámos para ver e fotografar a igreja,
detendo-nos ali por uns breves instantes.
Logo a seguir o guia Sebastião
conduziu-nos para a tal entrada onde estava escrita a palavra GETHZEMANI.
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