domingo, 25 de maio de 2014

Terra Santa 2014 - 3. Em 22 de Abril, de Lisboa a Cucujães



Porquê Cucujães?

O Dicforte já se referiu a Cucujães numa postagem anterior (n.º 45) e num ambiente circunstancial muito próprio da altura. Agora a origem referencial desta minha ida a Cucujães não é diferente da de então. Contudo, as razões próximas diferem pois têm a ver com a minha viagem à Terra Santa e com o objectivo de não vir de lá tão somente enfastiado de ver tantas pedras.

É possível comprar excursões à Terra Santa em quase todas as agências de viagens. Mesmo que não tenham muitos clientes aqui, acabamos por chegar ao destino e aí apercebemos-nos de que estamos a ser agrupados com pessoas desconhecidas, quase sempre de diferentes países e culturas.

Em Portugal há diversas paróquias que organizam viagens, acontecendo que, em algumas delas, os interessados vão pagando pequenas prestações durante um certo período, para pouparem com esse fim e não sentirem tanto o peso total do custo efetivo. E há outras organizações religiosas e culturais que também se empenham em levar membros e amigos à Terra Santa. Por exemplo, na Universidade Católica, o vice-reitor, o meu bom amigo P. Lourenço, costuma organizar viagens para eventuais interessados e acompanhá-los com o seu empenho, a sua fé e o seu muito saber. Ora aconteceu que vi na Revista Boa Nova de Março de 2014, editada pela Sociedade dos Missionários da Boa Nova, em que estudei nos anos de 1957 a1962, um anúncio da Viagem. E quase instintivamente inscrevi-me, mesmo sabendo que iria ter que percorrer duas vezes os 290 kms que distam da minha casa ao seminário de Cucujães.

Senti, desde o início, e não me enganei, que não me viria a arrepender pela opção tomada. Na verdade viria a encontrar um grupo heterogéneo, de 35 pessoas, mas com a clara indicação de ser toda gente muito boa, como são quase sempre as gentes simples do norte. E sobretudo tivemos a sorte de a peregrinação ser acompanhada, liderada e apoiada pelo reverendo P. Artur Matos, dos Missionários da Boa Nova, que como eu, foi aluno no Convento de Cristo em Tomar, em Cernache do Bonjardim e em Cucujães, embora com alguma diferença nas nossas idades. Ele entrou em Tomar em outubro de1952 e eu em outubro de1957.

Por cautela e comodidade fomos logo, eu e a minha mulher, na véspera do início oficial da viagem, marcada para 23 de abril, aproveitando a simpatia dos bons Padres da Boa Nova que nos disponibilizaram um excelente quarto para descansarmos no seminário de Cucujães.

O P. Artur Matos é presentemente o prior da paróquia de Cucujães, e revelou ser um excelente condutor de pessoas e evidenciou uma elevada formação cultural. Sempre preocupado com as pessoas do grupo, lendo o texto bíblico adequado a cada local sem se tornar cansativo ou impositivo. Senti que o seu apoio humano e religioso ao grupo foi muito importante para mim. Jamais me esquecerei da missa que celebrou para nós num espaço mesmo ao lado do Santo Sepulcro.

Durante esta missa pude apreciar calmamente a Igreja do Santo Sepulcro e ver como a nossa Charola do Convento de Cristo de Tomar é tão parecida com ela.

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