sexta-feira, 12 de junho de 2015

Viagem à Terra Santa em 2014. 12. Em 30 de Abril. Em Jericó. 12.2.

12.2. Para o Mosteiro da Tentação

A missa no Convento do Bom Pastor acabou e estávamos no meio da manhã, quente e seca. O objetivo agora era irmos lá acima à montanha visitar aquelas casinhas que tínhamos visto alcantiladas no coração das rochas. Casinhas que, afinal, são um mosteiro. O Mosteiro da Tentação.
 
 
Podíamos ter seguido a pé por aquele caminho que se iniciava no terreiro onde tínhamos estado antes da missa. Se o tivéssemos feito talvez já lá tivéssemos chegado, embora exaustos.

Mas agora iríamos de teleférico. Mais fácil, mais rápido e com melhores vistas.

A estação de partida está numa espécie de centro comercial, onde fizemos uma breve paragem para dar tempo aos guias para organizarem a nossa vez de entrar. E ainda bem porque assim pudemos dar uma olhadela às lojas ali existentes.
 
 
Depois, quando chegou a nossa vez, o guia veio chamar-nos para nos aproximarmos da cancela  de embarque. O processo de entrada é coordenado por funcionários simpáticos que se desdobram em cuidados para que tudo ocorra em segurança.
 
 

 

Uma vez a cabine cheia, as portas fecharam. Ficámos, por uns instantes, ali suspensos.

A cabine começou o seu movimento e logo descaiu um pouco, do tipo solavanco, ao sair da plataforma de embarque. Uma companheira assustou-se e soltou um instintivo ai.

Enquanto a cabine subia, não perdíamos tempo. Havia que fotografar tudo e em todas as direções. As vistas são únicas, alcançando-se toda a cidade de Jericó e as zonas circundantes.

 
 
Nem nos demos conta de que já estávamos a chegar. E mal nos apercebemos de que a cabine esteve parada cerca de um minuto a meio do percurso, o que faz parte do processo de transporte para permitir aos visitantes gozarem melhor a paisagem. Ao entrar na plataforma de chegada, a cabine fez uma travagem mais brusca e, depois, começou a deslizar devagarinho, em movimento horizontal. As portas abriram-se. Os funcionários ali presentes deram-nos instruções para sairmos da cabine e deixarmos a plataforma.

A viagem durou cerca de dez minutos. 

Por baixo da plataforma de chegada há um café restaurante com vistas sobre toda a planície de Jericó e o vale do rio Jordão. Há também postos de venda de frutas, sumos e água.

 
 
E não pode passar despercebido este estranho mapa, supostamente da vasta área das vistas que dali se alcançam.
 
 
Aguardámos que todo o grupo se reunisse e seguimos atrás dos guias por uma passagem pavimentada com pedra, escavada na rocha, não muito estreita,  até chegarmos a uma escadaria. Estávamos quase na entrada do Mosteiro. 
 

 
Íamos visitar mais um lugar Santo, também identificado e preservado por Santa Helena no século IV, que ali mandou edificar uma capela. Vestígios existentes da época bizantina provam isso mesmo.

Segundo a tradição e outras evidências recolhidas sob a direção daquela Santa, foi ali, numa gruta escavada na montanha, que Cristo passou quarenta dias e quarenta noites em preparação para a sua vida pública, tendo então sido moralmente assediado pelo demo. Por isso se chama ao local Monte da Tentação, e porque o retiro foi de quarenta dias e quarenta noites, chama-se também da Quarentena ou da Quaresma.
 
A porta estava fechada e tivemos de aguardar ali alguns minutos. Enquanto esperávamos passava os olhos pelas áreas em volta e conversava comigo mesmo.

Nós chegámos ali comodamente. Mas como seria aquele local no tempo de Cristo? E como teria ele chegado ali? De que se alimentava? Que água bebia?

Podemos agora recolher imagens de uma paisagem que, em parte, sobretudo na vertente a pique do Monte, será muito idêntica à que existia há dois mil anos.


Veem-se muitas grutas de diversos tamanhos por toda a encosta. Provavelmente terão servido, mais do que uma vez, para as populações de Jericó se refugiarem sempre que havia ameaça de novos invasores. Jericó é um verdadeiro oásis no meio de uma vasta área quase deserta. A sua particularidade de estar situada a um acentuado nível mais baixo em relação ao mar confere-lhe caraterísticas muito próprias, nomeadamente em termos de clima. Além disso, o extenso vale do Jordão tem sido usado como passagem desde há muitos milénios por oferecer água e sombras entre extensas áreas quentes e desertas. A cidade, devido às suas caraterísticas invulgares, tem sido disputada como um vital ponto de apoio.

Estávamos agora na escadaria junto à porta de entrada do Mosteiro. A informação existente é em grego.
 
 
 
 
 
Daí que seja mais preciosa a informação que os guias nos prestaram.
 
A porta do Mosteiro abriu-se e saiu um grupo de turistas. Apareceu um clérigo grego que falou aos nossos guias que, logo a seguir, nos fizeram sinal de que tinha chegado a nossa vez.

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