sábado, 14 de junho de 2014

Viagem à Terra Santa em 2014 – 6. Dia 25 de Abril, em Tiberias. 6.2.

6.2. Monte das Bem-Aventuranças

O dia 25 de Abril de 2014 ficará para sempre ligado às minhas recordações porque nesse dia visitei vários lugares santos começando pelo Monte da Bem-Aventuranças ou das Beatitudes como dizem os ingleses.

O autocarro estacionou num parque próprio no cimo do Monte, permitindo-nos entrar logo numa loja de compra de recordações e depois numa pequena alameda ajardinada, vendo-se o Mar da Galileia, ao fundo no lado esquerdo e, à frente, uma igreja construída com basalto escuro e com os recortes das janelas, arcos, pilares e portas em pedra branca.

Foi desenhada pelo famoso arquiteto italiano António Barluzzi autor dos projetos de várias igrejas da Terra Santa. Foi construída em 1939 pelas irmãs franciscanas, com o apoio do governo italiano então dirigido por Mussolini. A igreja tem uma planta octogonal em consideração das oito bem-aventuranças. Fica no topo do Monte Ermos local em que Jesus terá proferido o seu Sermão da Montanha para um elevado número de pessoas.

Logo à entrada da alameda está um arranjo de pedras de rio redondas brancas, com dois peixes de S. Pedro desenhados no meio com pedras pretas. À cabeceira do arranjo está uma mesa com cinco pães, tudo também em pedra. Isto levar-nos-ia a pensar que o que iríamos ver seria a igreja da multiplicação dos pães e não a igreja das bem-aventuranças. Mas, na verdade, a igreja da multiplicação dos pães não é ali, embora não se encontre muito longe.

Foi interessante ver como este arranjo chama a atenção dos visitantes, pois acotovelam-se para tirar fotografias e filmar.

À frente, talvez aí uns cem metros, deparamos com a igreja das bem-aventuranças, que tem um alpendre com arcos circulares em toda a volta. O adro é espaçoso.


Uns cinquenta metros à frente da igreja há um edifício residencial que, creio, será destinado ao pessoal que guarda este local e aos seus convidados.



Entrámos na igreja onde nos sentámos por alguns momentos, não só para admirar os oito vitrais em roda na abóbada tendo cada um a inscrição de uma das oito bem-aventuranças, mas também para imaginar Jesus Cristo ali, há dois mil anos atrás, a falar a uma multidão numa linguagem profundamente filosófica.



Há quem diga que ele falou do cimo do monte para a multidão que se encontrava pela colina abaixo e há quem diga o contrário: que estava lá em baixo, junto ao mar a falar para a multidão. Na minha opinião, face as condições acústicas deste tipo de locais, far-se-ia ouvir melhor falando lá de baixo para a multidão espalhada por aquele anfiteatro natural.

O nosso bom P. Artur fez uma introdução para nos levar ao ambiente dos tempos remotos em que Cristo assim falou:

1.Felizes os pobres no espírito, porque deles é o Reino dos Céus;
2.Felizes os mansos porque herdarão a terra;


3.Felizes os aflitos porque serão consolados;
4.Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados;
5.Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia;
6.Felizes os puros de coração, porque verão a Deus;
7.Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados Filhos de Deus;
8.Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

Uma vez feita a introdução, abriu o seu livrinho de capa preta, arredou ligeiramente o marcador e começou a ler a parte do evangelho de Mateus em que o sermão das bem-aventuranças é narrado.



Admirada a igreja e feita uma pequena reflexão saímos para dar uma olhadela ao local. Aqui e ali pela encosta havia vários grupos de peregrinos ouvindo as explicações dos seus guias, rezando em conjunto e havia um que cantava.




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