quarta-feira, 16 de julho de 2014

Viagem à Terra Santa em 2014 - 7. 26 de Abril. Para Jerusalém. 7.1.


7. 1. O Local do Batismo

O dia 26 de abril começou relativamente cedo, porque a jornada seria bem longa, pois atravessaríamos a Palestina no nosso percurso para Jerusalém.
 
Depois do pequeno-almoço entrámos no autocarro para iniciarmos o nosso dia de trabalho turístico.

A primeira etapa seria até ao Lugar do Batismo no Rio Jordão (Yardenit). Já lá tínhamos almoçado no dia anterior. E, a propósito, já falei dele e do peixe de Pedro.

Hoje a ida a esse local tinha em vista entender melhor a sua dimensão bíblica e recordar o sentido do batismo.

Os doze quilómetros entre Tiberias e Yardenit demoraram a percorrer cerca de um quarto de hora.

Logo à entrada, procurei localizar o painel de azulejos com as citações bíblicas em português, já que deve lá estar no vasto conjunto das diversas línguas. Mas não consegui.

Como o pequeno anfiteatro junto à água do rio estava desocupado, o nosso grupo instalou-se lá para que o nosso P. Artur nos guiasse numa bem sentida recordação do que deve ter sido o batizado de Jesus Cristo e, a partir daí, fazermos a revivescência do nosso próprio batismo com a administração da água do rio sobre as nossas cabeças. Isto foi assim para aqueles que preferiram, pois houve alguns companheiros que optaram por ficar distanciados.



 
O bom P. Artur começou a ler a passagem bíblica de Mateus sobre o batismo de Cristo. Porém, a certa altura, uma franja do grupo ria às gargalhadas devido ao teatro que um casal de chineses estava a fazer para tirar fotografias. Passou ele para a água e ela ia disparando a máquina vezes sucessivas. Ele levantava-se, molhava as mãos e baixava-se e ela ia disparando. Numa das vezes em que se baixou, fê-lo com tanto entusiasmo que molhou o rabo das calças, logo saindo da água apressado a sacudi-lo com as mãos como se estivesse a afastar um enxame de abelhas. A risota foi geral e hilariante e ele aproveitou para se ir sentar entre o grupo e pôr os braços sobre duas das nossas companheiras para que a sua mulher lhe pudesse tirar mais umas fotografias.

Uma vez acalmado o ambiente, o P. Artur continuou. Depois de ler o relato evangélico, proferiu a oração canónica de renovação das promessas do batismo: Credes Credes Credes ? Esta é a nossa fé

E depois, aos que quiseram, administrou a água sobre as suas cabeças.

 


Decorria a molha do nosso grupo e eis que, muito subtilmente, se foi infiltrando uma senhora de aspeto oriental, diria chinesa, com a idade de cerca de cinquenta anos.

De mãos postas e cabeça inclinada, silenciosa, inseriu-se na nossa fila e, chegada a sua vez, viu também a sua cabeça molhada, com o pormenor de que agarrou as mãos do P. Artur e lhas beijou repetidamente, enquanto derramava lágrimas abundantes, cujo calor tocou bem fundo no sentimento do P. Artur, facto que ele não conseguiu esconder, pois a sua voz estava muito emocionada quando se despediu da senhora.

Houve companheiras e companheiros que se descalçaram e se aventuraram mais um pouco passeando nas águas. O fundo estava escorregadio e, por segurança, as pessoas apoiavam-se nuns varões em ferro que existem ali para o efeito. Eu próprio não resisti a esta experiência, tendo verificado que cardumes de peixes pequenos se aproximavam dos meus pés como se já os conhecessem há muito tempo.

 


O nosso ritual foi bonito mas simples, pois, ao lado, havia pessoas vestidas com túnicas brancas, que se alugam no local, e faziam o seu batismo inicial ou a sua confirmação, ou tão só a sua purificação, de acordo com as suas crenças, submergindo-se totalmente nas águas do rio com a ajuda de uma outra pessoa, provavelmente um padre, um pastor, ou outro tipo de entidade religiosa.

 
 
Começámos a ser chamados para regressarmos ao autocarro, mas como de costume, passando pela loja de venda de recordações. Mal começámos o regresso e já estava a ser passado num ecrã o filme da nossa cerimónia, ao preço de 10 euros, tendo alguns companheiros aproveitado para o adquirir.

Para mim e para mais pessoas do grupo, estas lojas de souvenirs foram muito úteis durante a nossa peregrinação, nomeadamente para ir à casa  de banho. Como estava muito calor, tínhamos de beber muita água, pelo que éramos obrigados a usá-las com alguma frequência.

O próximo destino prometia um céu de experiências espirituais pois era, nem mais nem menos, do que o Monte Tabor.

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