quarta-feira, 20 de maio de 2015

Viagem à Terra Santa em 2014. 10. Em 29 de Abril. Em Jerusalém. 10.5.

10.5. A missa no Santo Sepulcro.

Passam pelo Santo Sepulcro milhares de pessoas todos os dias. Mas apenas uma percentagem mínima tem o privilégio de assistir à missa no local. Nós tivemos essa sorte.

O altar é modesto e já fora da rotunda da Basílica. É conhecido por Altar da Aparição. Porém o espaço é todo aberto, iniciando-se ali a chamada Igreja Cruzada, que tem no centro uma cúpula monumental, não tão grande como a da Basílica do Santo Sepulcro, mas igualmente imponente. É a chamada Cúpula Catholikon.

A Igreja Cruzada é atualmente usada para os serviços religiosos da igreja ortodoxa grega. Contudo a igreja católica dispõe ali de um altarzinho, logo no início do lado direito do espaço aberto, à vista da gruta do Santo Sepulcro, que fica ali mesmo ao lado, a menos de dez metros.
 
Bem perto, por detrás das colunas, vê-se o Santo Sepulcro.
 
O espaço utilizável está demarcado por algumas dezenas de cadeiras dispostas em duas filas paralelas em forma de U, em frente ao altar, e é vedado por grades de polícia e por uma grossa corda suportada por pinos móveis.
 
O frade franciscano encerra o recinto onde assistimos à missa.

Um frade franciscano apetrechou o altar com os vasos sagrados, preparando-o para a missa e acendeu as seis velas do altar. E nós fomo-nos sentando. Uma vez paramentado, o nosso P. Artur deu início à celebração, virado para o altar à maneira antiga, de antes do Concílio Vaticano II. Nos momentos principais, virava-se para nós. Assim fez, por exemplo, nos momentos da elevação da hóstia e do cálice, quando proclamou a palavra e sempre que se dirigiu à assistência.

 

Começou por salientar o especial privilégio que tínhamos de estar ali, naquele local e àquela hora a assistir à missa.

Depois seguiu-se a celebração com o seu início ritual do Senhor tende piedade de nós e do Glória. Um dos companheiros, que ajudou à missa, leu a primeira e única leitura, dos Atos dos Apóstolos, começando por Naqueles dias Pedro tomou a palavra e disse...

O P. Artur proclamou a palavra lendo, no texto de Mateus (27, 55 a 66 e 28, 1 a 10), a parte em que são mencionadas as mulheres que permaneceram no Gólgota depois de Cristo falecer e em que é relatada a chegada de José de Arimateia para amortalhar o corpo de Jesus e dar-lhe sepultura.

Como já tinha acontecido em celebrações anteriores, na Basílica da Anunciação e em Canaã da Galileia, o P. Artur, no momento do ofertório, convidou os presentes, que o quisessem fazer, a pôr no altar, em voz alta, as suas intenções. Também eu o fiz lembrando a minha Família e em especial os netinhos gémeos que estavam para nascer. Mas acrescentei o nome de uma das minhas filhas que estava de viagem pelo oriente, o que não tinha feito antes.

Ele há coisas que acontecem... E nos deixam surpreendidos.

Desde o momento que saí da visita ao Santo Sepulcro fui invadido por uma espécie de sufoco, uma ideia obsessiva de que a minha filha viajante estava em apuros. E foi esta obsessão que me levou a nomeá-la. Talvez algum dos nossos companheiros tenha reparado nesse pormenor ou até tenha filmado.

Pouco depois de a missa terminar chegou uma mensagem dela a dizer que tinha passado por momentos de grande aflição quando, de passagem por Hong Kong e em viagem para o Vietname, tinha perdido a carteira com o dinheiro e documentos. Mas que, por sorte, a tinha reencontrado alguns longos minutos depois. Não tinha ganhado para o susto. E que estava tudo bem e que ia continuar a viagem.

O momento da oração canónica foi particularmente sentido, pois o P. Artur mencionou nominalmente cada um dos elementos do Grupo e, em geral, as suas famílias.
 
 
O momento da comunhão foi mais sentido por aqueles que acreditam e têm sensibilidade para isso, pois foi notório um forte calor espiritual e um ambiente místico a envolver-nos.

O P. Artur deu a bênção final e proclamou o "Ite, missa est!".

O franciscano desprendeu a corda de vedação para nos abrir a passagem, convidando-nos a deixar o recinto, que, uma vez liberto, vedou novamente. E logo correu a repor a preparação do altar, provavelmente para uma outra missa que viria a seguir.
 
 
Nós concentrámo-nos, por alguns momentos, na nave central da Igreja Cruzada a admirar a magnífica imagem de Cristo pintada na cúpula, por onde entrava uma suave luz do dia.
 

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